Documentário: O mundo das Pitas

 Hoje vim dormir a casa da minha tia. Parece que não fui o único.
A minha prima decidiu trazer uma amiga para passar o fim-de-semana cá em casa. De salientar que ambas têm idades compreendidas entre os 12 e os 13 anos.
Chegou a hora de jantar. Pensava eu que ia ser comer, beber, e ir embora. Mas para estas duas pitas, o acto da alimentação não se fica por aqui. É imprescindível uma conversa sobre rapazes. Rapazes. Como se raparigas de 13 anos soubessem o que são rapazes. Estava eu muito bem a devorar o meu frango assado, quando os ditos seres começaram a guinchar, a dizer nomes estranhos que mais tarde identifiquei como sendo os rapazes de quem cada uma gosta. Entre esses nomes estavam coisas como Coelhinho, Rodolfo, Ramos (a amiguinha mandou uma piada dizendo “a tua prima agora está mais numa de árvores). Começaram a dizer isto como se estivessem a atirar postas de lixo para cima da mesa. A conversa começa a enjoar-me, e antes que o meu frango ganhasse vida para fugir antes que elas o chamassem de Pinto, acabei de comer e saí da mesa.
Pensava que já não podia ficar pior. Errado. Depois de acabarem a sua refeição, foram para o quarto, sem rir, sem gritar, sem chamarem nomes fofinhos aos colegas da escola. Demasiado silêncio. De repente, um som ensurdecedor rompeu esse silêncio, penetrando na minha mente como um projéctil vindo directamente do quarto delas. Estavam a ouvir Jonas Brothers! Pensei em matar-me. Mas depois pensei melhor, e fui ter com elas e dei-lhes um site de anedotas para pararem de ouvir aquilo. Errado. Ficaram mais de meia hora a rir-se de anedotas e piada secas.